A pesquisa-expedicionária Confina Brasil visitou recentemente confinamentos de gado de corte do Mato Grosso e um dos destaques do levantamento foi justamente a mudança de visão dos pecuaristas em relação à utilização de boitel.
“Percebemos uma mudança de visão, sendo que o boitel não é mais uma estratégia somente para não deixar o animal desamparado na seca. Pecuaristas passaram a ver lucratividade na terceirização do processo de terminação do gado, e os confinadores veem como uma oportunidade de rentabilizar ainda mais o negócio, tendo como outros benefícios a possibilidade de aumentar o rebanho e a taxa de lotação das fazendas”, comentam os especialistas da Scot Consultoria, organizadora da expedição.
O que é o boitel e quais os seus benefícios?
O boitel é um serviço terceirizado de engorda do gado, sendo uma alternativa muito viável considerando o elevado investimento necessário para se começar um confinamento, principalmente com escalas menores onde a diluição do custo por cabeça é baixa.
Pecuaristas procuram os boitéis para a terminação de lotes em cocho, aliviando as pastagens nas épocas secas, onde a qualidade e capacidade de suporte dos pastos caem consideravelmente.
Ao terceirizar a fase de terminação do gado — que, em média, dentro de 100 dias será levado para o frigorífico —, o pecuarista tem as despesas de suas cabeças de gado detalhadas e acompanhamento nutricional dos bovinos, além de receber relatórios sobre a evolução de seus lotes e contar com padronização do manejo.
É o que acontece, por exemplo, no confinamento Ponto Alto, de Sinop. A propriedade trabalha com praticamente todos os sistemas de boitel: cobrança de diária, parceria e arroba produzida ou consumo de matéria seca.
A principal diferenciação da propriedade é a flexibilidade oferecida ao pecuarista, que pode escolher qual sistema atende melhor suas necessidades ao final do processo, permitindo a ele optar pelo modelo mais vantajoso.
Para atrair pecuaristas, boitéis precisaram se profissionalizar
A profissionalização se tornou uma chave para atrair pecuaristas que querem acompanhar de perto a engorda do seu gado para terem informações mais certeiras na tomada de decisões.
“Como os boitéis lucram com a venda de serviços, é essencial que mantenham um controle rigoroso dos custos por cabeça para fornecerem relatórios detalhados e regulares aos proprietários, garantindo transparência e ajudando os pecuaristas na tomada de decisões”, explicam os especialistas da Scot.
Na Ramax, em Novo Horizonte do Norte, 70% do gado presente nas instalações do confinamento pertencem a terceiros que optaram pelo serviço de boitel.
Os gestores relatam que foi necessário sensibilizar os pecuaristas da região sobre a possibilidade de lucro com a terceirização da engorda, deixando de ser um sistema no qual eles só apostavam quando já não tinham mais pasto.
A resposta positiva dos pecuaristas impulsionou a Ramax a buscar maior profissionalização e inovação, com ênfase na gestão de dados e no engajamento da equipe como pilares fundamentais para o sucesso das operações.
A empresa praticamente se transformou em uma indústria a céu aberto, elevando os padrões da atividade agropecuária.
Em período de seca, o que vale mais: pagar boitel ou semiconfinar?
Recentemente Felipe Fabbri, zootecnista e consultor da Scot Consultoria, respondeu a esta pergunta fazendo uma simulação e comparando o resultado dos dois modelos. Para acompanhar a discussão e saber a resposta, acesse o vídeo aqui.
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